'Halloween' chega aos cinemas com cortes e gera polêmica

Fãs protestam contra versão brasileira, que traz 26 minutos a menos.
Empresa teria eliminado cenas violentas para obter classificação 14 anos.


O vilão Michael Myers: menos violento na versão brasileira (Foto: Divulgação)

Desde o lançamento de "Halloween - O início" no Brasil, na última sexta-feira (24), muitos fãs de terror têm saído decepcionados das salas de cinema. É que a cópia do filme que entrou em cartaz por aqui tem apenas 83 minutos, 26 minutos a menos que a original, deixando diversas cenas de fora.

Fãs que já assistiram à versão do longa exibida nos cinemas americanos contam que foram eliminadas as cenas mais sangrentas do terror, que é uma refilmagem assinada pelo diretor Rob Zombie do clássico de John Carpenter. Teriam ficado de fora, por exemplo, sequências que mostram o vilão Michael Myers assassinando uma criança, membros de sua família, uma enfermeira e uma bela garota.

Em comunidades do Orkut, espectadores expressam indignação frente aos cortes da versão exibida nos cinemas. "Logo nos primeiros minutos de filme, já aparece um corte brutal, mas sem uma gota se sangue como deveria ser um bom filme de terror. Dali pra frente, os cortes eram tão mal feitos que a história chegava a ficar sem sentido; não fosse um remake, dava para ter saído do cinema sem entender muita coisa", conta a operadora de telemarketing Andréia Freitas, em entrevista ao G1. "Fiquei muito decepcionada, chegar ao ponto de desrespeitar os fãs que gastam seu tempo e dinheiro para ir ao cinema é desespero, é lamentável", diz Andréia, que é fã do gênero e foi conferir o longa-metragem no primeiro fim de semana em cartaz.

"Eu estou indignado. Sinceramente, fui ver o filme imaginando que ia ser o melhor filme do Michael Myers já feito, porém me decepciono quando vejo que cortam quase todos os assassinatos dele", diz outro fã, Eduardo Leroy, membro da comunidade oficial de "Halloween - O início".

Classificação 14 anos

A distribuidora Playarte teria realizado o corte com o objetivo de conquistar a classificação indicativa 14 anos, que poderia ampliar o potencial de bilheteria do lançamento. Como mostra o Diário Oficial da União de 23 de julho, o filme recebeu inicialmente a classificação "não recomendada para menores de 18 anos, por conter suicídio, crueldade e assassinato", atribuída em 8 de maio.

Em seguida, a distribuidora entrou com pedido de reconsideração da classificação, apresentando a nova versão, com cortes, ao Ministério da Justiça. "Ante a solicitação de reclassificação por adequação, a Playarte apresentou uma versão de 83 minutos, excluindo 26 minutos de conteúdo violento da obra, comprometendo-se em exibi-la nesta última versão apresentada", diz o Diário Oficial. Assim, o ministério aceitou o pedido e alterou a classificação para 14 anos, citando apenas "agressão física e assassinato" na descrição da fita.

"Pude perceber que algumas cenas pulavam sem sentido algum e fui a gerência do cinema reclamar. Achei que fosse problema do cinema e na verdade estavámos enganados. Deveriam ter deixado o filme 18 anos e exibi-lo na íntegra; saí insatisfeito do cinema", conta Pablo Xavier, que também registrou sua crítica no Orkut.

Os protestos contra o corte de 26 minutos do filme também chegaram ao site YouTube, onde fãs brasileiros de terror publicaram vídeos manifestando sua insatisfação com a versão do longa que chegou aos cinemas daqui. Um exemplo é o vídeo intitulado "Halloween - O massacre da Playarte", que critica a ação da empresa.

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